sábado, 7 de abril de 2018

A LÍNGUA


Leio revistas brasileiras desde miúdo. O Cruzeiro era uma revista muito popular em Moçambique, e minha Mãe fez uma assinatura creio que em 1956. Machado de Assis e Érico Verissimo também foram leituras precoces. Assim fui descobrindo palavras novas, e gabarito foi a primeira que adoptei. Dito de outro modo: desde cedo percebi que a língua portuguesa extravasa o paroquialismo das selectas.

Vem isto a propósito de quê? No momento que o Brasil atravessa, o hábito de ler jornais brasileiros intensificou-se: era um de manhã, sempre o mesmo, agora são vários. Todos os dias descubro palavras novas. Nada a ver, de facto, com o vocabulário tuíteiro de 9 em cada 10 jornalistas e colunistas portugueses. Lemos cenas do ódio a roçar o totalitarismo, mas o cânone da língua permanece intacto.