sexta-feira, 15 de setembro de 2017

TERROR EM LONDRES


Esta noite, o Governo britânico subiu para nível crítico a possibilidade de um ataque terrorista. Elementos do exército vão substituir a polícia em pontos-chave de Londres e outras cidades do Reino Unido. Downing Street acredita que um ataque em larga escala possa estar iminente. Entretanto, o Daesh já reivindicou o atentado desta manhã na estação de metro de Parsons Green.

Na imagem do Guardian, o engenho explosivo que não detonou por completo, facto que explica a ausência de mortos e apenas 29 feridos. Clique nela.

RATING

A Standard & Poor’s retirou Portugal do «lixo», colocando a notação do país em «grau de investimento». A decisão deve-se à evolução da economia e ao progresso sólido na consolidação orçamental. 

LONDRES: NOVO ATENTADO


Um atentado terrorista no metro de Londres ocorreu esta manhã por volta das 08:17 na estação de Parsons Green. A polícia metropolitana confirma a existência de muitos feridos, quase todos com queimaduras graves devido à explosão. Theresa May convocou para daqui a pouco o comité de emergência Cobra, anunciou Downing Street.

Clique na imagem.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

MILÁN FÜST


Hoje na Sábado escrevo sobre A História da Minha Mulher, de Milán Füst (1888-1967). Conhecido sobretudo como poeta, Füst é o autor deste romance de 1957 que agora chegou à edição portuguesa em tradução directa do húngaro de Ernesto Rodrigues. Inédito no nosso país, salvo um poema constante da antologia Rosa do Mundo, é provável que o livro suscite o interesse dos editores pela obra restante, teatro incluído. Infelizmente, parte importante do Diário foi destruída. O subtítulo, Apontamentos do Comandante Störr, remete para o fio da intriga. O narrador, Jacob, é um marinheiro holandês que não tem ilusões acerca da natureza do seu casamento: «Que a minha mulher me engana já eu suspeitava há muito.» É a primeira frase do livro e o tiro de partida para um longo monólogo interior acerca do adultério e da moral dissoluta de muitos europeus no período entre duas guerras. A escrita reflecte o ambiente decandentista de certos círculos (não esquecer que o narrador é um homem do mar que tirava desforço da infidelidade da mulher) boémios. Füst publicou o livro quinze anos depois de o ter concluído, na ressaca da fugaz contra-revolução anti-comunista de Outubro de 1956. Quatro estrelas. Publicou a Cavalo de Ferro.

TRAGÉDIA GREGA


Há muito tempo que uma peça de teatro não me impressionava tanto como A Vertigem dos Animais Antes do Abate, do grego Dimítris Dimitriádis, em tradução de José António Costa encenada por Jorge Silva Melo. Os Artistas Unidos não podiam ter começado melhor a temporada 2017/18 do Teatro da Politécnica. Um halo de tragédia percorre o texto, onde bissexualidade, loucura, droga, crime, incesto e suicídio compõem um quadro de disfunção familiar levada ao limite. Porque tudo se passa no seio de uma família assombrada pela profecia de Filon (um admirável Américo Silva), o amigo maldito. Do elenco de nove actores gostaria de destacar os mais jovens, em especial João Pedro Mamede, que está a um passo de ser um nome de referência, bem como os de André Loubet e Pedro Baptista, ambos actuando nus durante boa parte do espectáculo. É evidente que o fundo sonoro, pontuado por excertos de Tchaikovski (1812), Verdi (o Dies irae do Requiem) e Offenbach (Barcarola e Can-Can), sublinha o dramatismo da dramaturgia. Muito boa a cenografia de Rita Lopes Alves. Não aconselhado a espíritos impressionáveis. Agora é esperar pelo juízo dos especialistas.

Clique na fotografia de João Gonçalves.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

CAMPANHA NEGRA

Os neo-liberais, a Direita, grosso modo, incensa o mercado livre. Mas, pelos vistos, o mercado imobiliário tem de ser regulado à boa maneira soviética. É o que dá ter os jornais, o PSD, o CDS, as agências de comunicação, etc., atolados de antigos militantes do MRPP, da LCI, do PCP-ML, da UDP e afins. Não vale a pena citar nomes porque existe bibliografia sobre o assunto.

A CASA


Vamos lá então esmiuçar o caso que faz salivar a Direita.

Fernando Medina comprou no ano passado, por 645 mil euros, um duplex (usado) na Avenida Luís Bívar, em Lisboa. É o edifício amarelo à direita da imagem. Como a casa tem uma área bruta de 182 metros quadrados, significa que Medina pagou 3.544 euros por cada metro quadrado, valor superior em 47,8% à média das escrituras de 2016.

E quanto pagaram os vizinhos do mesmo prédio?

Celeste Cardona, ex-ministra do CDS, pagou 3.655 euros/m2
Ricardo Bayão Horta, ex-ministro do CDS, pagou 3.456 euros/m2
Jaime Silva, ex-ministro do PS e sogro de Medina, pagou 3.350 euros/m2
Judite de Sousa, pivô da TVI, vendeu o dela por 2.987 euros/m2

Chama-se a isto o mercado.

Por que razão Isabel Teixeira Duarte, em 2010, pagou 4.112 euros/m2, e vendeu, em 2016, por 3.544 euros/m2, é uma questão que só a senhora pode esclarecer.

O Presidente da Câmara de Lisboa publicou entretanto um esclarecimento detalhado com documentação anexa a corroborar isto tudo.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

FERNANDO MEDINA


Não é segredo para os meus amigos que apoio a candidatura de Fernando Medina, de cuja Comissão de Honra faço parte. Fui um dos que hoje ao fim da tarde se deslocaram ao Pátio da Galé e pude testemunhar o ambiente de empatia mútua que ali se viveu. Reencontrei amigos (intelectuais, artistas, políticos, gente das profissões liberais) que não via há muito tempo, e isso deu-me uma certeza: nas horas certas, estamos juntos.

domingo, 10 de setembro de 2017

SETÚBAL VERMELHA


Albérico Afonso Costa acaba de publicar Setúbal Cidade Vermelha, relato minucioso de como a cidade viveu os 19 meses do PREC. Não é a primeira vez que o historiador elege Setúbal como foco central da sua obra: Roteiro Republicano de Setúbal», publicado em 2010, ou o mais ambicioso História e Cronologia de Setúbal 1248-1926, publicado em 2011, são obras de referência. Como anteontem lembrou Fernando Rosas na apresentação do livro, sem o detalhe local a História fica incompleta (cito de cor). Certas passagens são de leitura compulsiva. Os ‘insurgentes’ da extrema-esquerda dos anos 1970 encontram aqui um circunstanciado tour d’horizon das suas utopias. Dividido em cinco partes, o volume contém, ao longo de 335 páginas, cronologias dos anos de 1974 e 1975, vasta iconografia (capas de jornais, cartazes, fotografias) do período em análise, inserts de declarações e obras de terceiros, entrevistas com uma vintena de protagonistas, tábua de siglas, bibliografia e um exaustivo índice remissivo, cuja consulta depende do apoio de uma boa lente. A edição é da Estuário.