sábado, 26 de agosto de 2017

MACAU


Imagens do rescaldo do tufão Hato, anteontem. Nove mortos e cerca de duzentos feridos, centenas de desalojados e de lojas destruídas, prejuízos no valor de milhões de milhões. Até ontem, só havia água e electricidade nos organismos do Governo e da polícia, hospitais, embaixadas, casinos e hotéis de luxo. O aeroporto cancelou mais de 500 voos. As pessoas comuns, que vivem em prédios de 40 e mais andares, tiveram de safar-se sem elevadores. Mas tudo isto passou entre os pingos da chuva da imprensa portuguesa. Amanhã vai haver outro, quando forem 5 da madrugada em Portugal.

Mas até do ponto de vista sensacionalista, que faz vender jornais, o tufão Hato tem pontas por onde vale a pena pegar. Uma delas diz respeito à demissão do director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau. O homem foi obrigado a demitir-se por ter mandado hastear o sinal de tempestade às 9 da manhã de quarta-feira (duas da madrugada em Lisboa), quando devia tê-lo feito duas horas mais cedo. E porquê só às 9? Porque às 8 da manhã ocorre a mudança de turno nos casinos, que funcionam ininterruptamente durante 24 horas. Macau tem mais casinos que Las Vegas, sabia? Com o sinal de tempestade hasteado antes das 8, ou mesmo às 8, ninguém poderia sair nem entrar. Às 9 permitiu isso tudo, e pior: centenas de milhares de pessoas vieram para a rua fazer a sua vida e caiu-lhes o inferno em cima.

Entretanto, já sabemos quase tudo sobre o tufão Harvey que ontem começou a fustigar o Texas.